domingo, 14 de maio de 2017

Mães Universitárias

Comportamento

Elas estão sempre dispostas, são as primeiras a estarem de pé e as últimas a se recolherem, correm de lá pra cá, para conseguirem atender a demanda que a maternidade trouxe. 
Com uma vida tão corrida, voltaram a estudar, contrariando todas as expectativas, de que não conseguiriam conciliar os cuidados com os filhos e as diversas disciplinas, trabalhos em grupos, monografia, provas, etc...
São as mães universitárias, mulheres que driblaram a rotina, em busca de um sonho pessoal.
A dificuldade aumenta quando se está muito tempo afastada, como a carioca Simone Vicente Gomes Gonçalves, de 44 anos, mãe de um casal e longe dos estudo há mais de 20 anos. Simone conta que já tinha em seus projetos, cursar Administração, mas só conseguiu retornar quando seus filhos já estavam crescidos. Foi quando viu que era o momento de colocar em prática os seus objetivos. Para isso, optou estudar por um método semipresencial, no período noturno, quando o marido já estava em casa para cuidar das crianças, hoje com 12 e 16 anos. "Tive que abrir mão, principalmente, de dormir a noite inteira; dormia pouco, pois como era semipresencial, tive que me dedicar ainda mais, devido os muitos trabalhos acadêmicos, avaliações de cada disciplina durante o semestre, com prazos já estabelecidos para entregar... cuidava da casa, filhos... lembro que via o dia clarear, por muitas vezes dormia na frente do computador. Mas nunca pensei em desistir, eu tinha um propósito", avalia Simone .



Outro caso bem parecido é o de Marcela Regina da Silva. A alagoana, de 31 anos, também fez uma graduação semipresencial, por ser mãe de Guilherme, na época com seis anos de idade. Como era professora, seu tempo era mínimo, então estudava Pedagogia aos domingos, a cada duas semanas. Marcela conta que não era fácil, teve que abrir mão de muitos passeios, domingos com a família, mas obteve muito apoio do companheiro, inclusive financeiro. "Depois de um período, me mudei de cidade, então ficou bem difícil. Eram quatro horas de viagem, fora os gastos com passagens e alimentação. Pensei em desistir algumas vezes, mas tive fé e perseverança." Declara, Marcela, hoje mãe do recém-nascido Bernardo.



Superação foi o que não deixou Conceição Aparecida desistir. A mineira, de 43 anos, cursava Administração, quando teve um problema gravíssimo de saúde, ficando internada, afastando -se durante um ano de seus estudos. Como Conceição tinha duas filhas, Suzana, de 14 anos e Suellen, de 10 anos, fazia um curso à distância, indo na universidade apenas para fazer as provas. Segundo ela, ficar 20 anos sem estudar foi um desafio, mas  que foi muito incentivada pelo cunhado Gabriel, que foi quem falou desse tipo de graduação e por sua amiga Rita. "Conciliar estudos, com os cuidados com as minhas filhas foi muito difícil, pois sou muito protetora, por mais que estejam maiores hoje, mas meu marido me deu muito apoio... Acho que as pessoas devem insistir, fazer a faculdade que almejam. Essa modalidade EAD tem sido muito procurada e assim muitos conquistam sua graduação, basta ser dedicado. Nunca desistam de seus sonhos!" Enfatiza.



Após nove anos sem estudar, aos 29 anos e com três filhos, de 14, 12 e 9 anos, a carioca Lidiane Mara dos Santos Melo, conclui, esse ano, a tão sonhada faculdade de Jornalismo.
Segundo Lidiane, foi bem difícil o período de adaptação. Era muito cansativo por causa da distância e por ser em período noturno. Ela conta que também teve muito apoio do marido e que apesar de quase não ter tempo livre, amadureceu bastante. " Depois que comecei a estudar, cresceu em mim uma vontade de não parar mais. Pretendo fazer uma pós, mestrado e doutorado. Penso também em cursar Letras. Voltei aos estudos, já com família e responsabilidades, mas não me limitei às minhas dificuldades, foi além do que eu imaginava... Sou grata a Deus por sempre me dar forças", comemora a universitária, que está em fase final de sua monografia.




Outra estudante de Jornalismo, Catiana Barros de Oliveira Neves, de 30 anos, que voltou para a universidade após nove anos. Trabalhando como cabeleireira, Catiana tem dois filhos, um de seis e o outro com treze anos. Divorciada, ela conta que é bem difícil arcar com todas as despesas e conciliar a agenda e filhos, já que precisou se mudar de cidade. "No começo senti um pouco de preconceito, pois com a maternidade, adquiri uma maturidade, que muitas vezes influencia no modo diferente de pensar dos outros alunos, já que a maioria é bem jovem." A universitária é uma mãe dedicada e comemora, pois tem tido bons resultados nas suas notas.



Quando já se tem uma formação, o retorno para uma segunda graduação não tem mais tanta pressão. É o que relata Fernanda Madureira Santaguida, empresária de 39 anos. Formada em Direito, a carioca retornou aos estudos em 2014, já com os filhos, Vinícius de oito anos e Guilherme de dez. Segundo Fernanda, que atualmente cursa Educação Física, essa nova graduação é uma oportunidade de divulgar seus cursos, que são nesta área, e uma forma de trocar ideias com outros estudantes. Ela procura conciliar com os cuidados maternos, casa e trabalho, e como pegou poucas disciplinas, consegue se dedicar bastante. "Ser mãe sempre foi meu maior projeto, tenho os filhos que desejo, e eles sempre virão em primeiro lugar em tudo o que faço", enfatiza.
A advogada relata, que pensou em desistir em 2015, quando passou por problemas de saúde, que se prolongaram até 2016, mas com o apoio do marido e diminuindo sua grade de disciplinas, prosseguiu. Sua rotina é bem corrida, pela manhã leva os filhos para o colégio e vai para a universidade. Pela tarde cuida da casa, das tarefas com os filhos e do trabalho. Sobre o convívio com os colegas de turma, Fernanda diz que é a "tia velha", pois foge do biotipo esperado para um aluno de Educação Física, mas passado o susto inicial, todos acabaram gostando. Montou um grupo de estudantes e hoje é conhecida em mais de 16 instituições de ensino no Rio de Janeiro.
"Fiz minha primeira faculdade com muita pressão, me cobrava demais, tinha 23 anos, queria provar meu valor. Hoje já tenho meu trabalho, filhos, casa... Os meninos já realizam algumas tarefas, me ajudando a ter tempo para estudar; mas desta vez, a leveza dá o tom; se fui bem na prova, maravilha, se não, vamos estudar um pouco mais e pronto". Finaliza.



Que cada mãe, cada mulher, tenha essas idealistas como exemplo, de que não há época ou idade certa para estudar. O que existe é a força de vontade.
Feliz dia das mães!

15 comentários:

  1. Adorei sua matéria! E sei que ainda tem muitas outras mães que superaram todas as dificuldades e conseguiram também realizar o sonho de voltar aos estudos. Parabéns Marta por tentar compartilhar um pouquinho de cada uma de nós no seu blog. Bjs!
    Conceição

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  2. Amei! Fiquei muito feliz em ser uma das mães entrevistadas. Martinha, adorei a matéria. Sucesso!!!!!!

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  3. Muito bom artigo Marta. Parabéns à todas as mulheres que tem vontade e coragem para encontrar tempo para estudar apesar de tantas outras responsabilidades.

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  4. Amei a matéria!Foi muito bom poder dividir aqui um pouquinho da minha história, que sirva de isentivo pra outras mulheres, que em meio a tantas ocupações, estão em busca de encontrar um tempo para o retorno aos estudos!Bjo!

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  5. Muito boa a matéria, já me vi nesta correria, é realmente muito difícil, mas prazeroso. Parabéns a todas as mamães que correm atrás de seus ideais. Sucesso!

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    1. Obrigada, Janice e parabéns por representar tão bem a classe feminina! 💋

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  6. Adriana Thomaz Pacheco Goularte15 de maio de 2017 às 09:45

    Simone Vicente!!!! É um espelho para mim e creio que para muitas outras mulheres,também tenho como objetivo fazer ainda a minha faculdade.. Mulher guerreira,forte um exemplo parabéns sei que não foi fácil,mais ela conseguiu ������������������������

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  7. Ótima matéria,e muito incentivadora! Adorei.

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